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XAPANÃ O Senhor da Terra


A mitologia africana e ancestral, conta que Xapanã, Omulú, ou Obaluaiê,  senhor de vários nomes, é o Senhor da Terra, ou o Rei da Terra, da saúde, da vida e da morte. No ritual Angola é chamado de Kajanjá e Kaviungo.
Filho de Nanã, oriundos do Mahi,( atual Dahomé) e que como divindades foram incorporados ao culto Yorubá. Abandonado por Nanã, pois nasceu marcado de feridas, foi criado por Yemanjá, assim diz uma das suas lendas. As nossas mais velhas contam, no Batuque, que seus nomes; Xapanã e Sapatá, não devem ser pronunciados em vão, ou seja, por qualquer motivo
 Xapanã, levou seus guerreiros aos quatro cantos da terra; as feridas de suas flechas tornavam as pessoas cegas; surdas ou mancas. Quando ele chegou na região de Daomé, um Babalaô ensinou ao povo a forma de acalmar sua fúria, fazendo-lhe oferendas de pipocas, o doburú (chuveiro de pipocas), axé de limpeza física e espiritual.
Sensibilizado pelas atenções recebidas, Xapanã mandou construir um palácio, passando a viver naquele país, o qual prosperou e passou a viver em paz. Seus filhos tem e o dom de curar, revelando-se grandes médicos. Suas cores nestas tradições são o preto e o branco: seu dia é segunda-feira; seus metais são o zinco e o estanho; suas pedras o ônix e o olho-de-gato; seus perfumes: a verbena, o sândalo e o benjoim (os quais devem ser usados alternadamente às segundas-feiras).
No Batuque do RS, assim como no Candomblé, ele representa a Terra, tanto o solo como as camadas mais profundas. É o médico dos pobres. O Orixá das endemias, a entidade das varíolas, da peste e das chagas. Responde nas profundezas dos cruzeiros de matos fechados, no cemitério e no controle das almas.
No sincretismo religioso, ao ser chamado de Obaluaiê ou Xapanã é considerado São Roque e São Lázaro. Com o nome de Omulú, é comparado, ou chamado como São Sebastião ou Santo Isidoro. Protetor dos animais, seu animal abençoado é o cachorro, outro animal que demonstra sua presença: as moscas.
Quando dança no Candomblé, é coberto com um Filá (capuz) de palha-da-costa, levando nas mãos o Xarará ( feixe de palhas-da-costa, búzios e contas).
O Xarará representa a vassoura ritual (no Batuque, do RS,a vassoura mítica é de panos ou de uma erva chamada guanchuma, trançada com 9 pernas, ou ainda uma cruz de madeira), dependendo a Nação da sua feitura, com a qual varre todas as doenças. Usa também, em sua vestimenta, as guias (colares), confeccionados com búzios, palha-da-costa trançada e seu colar o laquidibá (rodelas de chifre de búfalos ou de boi).
A nação Ketu saúda Omulú como: Atotô ou Ajuberô. No Batuque, sua saudação: Abaú ou Abaô.
Ele é o único Orixá que não mostra seu rosto. Reservado, considerado o senhor dono da magia e do mistério da vida e da morte.
PROPRIEDADES NO RS
Símbolo: vassoura, pilão
Animais: carneiro escuro, bode preto, galo prateado, galo vermelho escuro, casal de pombos pintados (com pintas) escuros ou marrom, angolista, (galinha de angola).
Animais que o identificam: cachorro e moscas, abelha africana (pelo seu furor).
Vegetais: arumbeba, maricá, ervas amargas ou com espinhos.
Cor: preto combinado com o vermelho, lilás, bordô, solferino, grená ou rosa, rosa e preto, preto e amarelo (Jejê).
Número: 7 ou 9
Ajuntó: Oxum Docô, Iansã, Obá, Oyá e Oxum Demum ou Adjimum.
Saudação: Abaú
Dia da semana: Quarta-feira
Características: é um Orixá que marca seus filhos, peste, varíola, doenças de pele em geral, “ doenças que apodrecem as pessoas”.
Nomes: Jubiteiú, Bidansú, Taió, Tonhô, Orôco, Sapatá, Omilaió, Biguensú, Omulú, Ledjú, Barú, Balouaê.
ARQUÉTIPO
Seus filhos de uma maneira ou outra, demonstram sofrimentos e marcas em seu corpo, introvertidos alguns, radiosos outros.
Empenham-se no bem-estar da comunidade, colocando de lado seus próprios interesses.
Podem ser reservados, quietos e pensativos, alguns com tendências a autopunição, transformando causas emocionais em doenças físicas.
Pesquisadores e estudiosos, não aceitam a primeira versão dos fatos, podendo ser acometidos de depressão, ou de tristeza imaginária.

Normalmente, possuem ombros acentuados, tronco pequeno e afinalado, o rosto anguloso. Alguns altos e magros, mas quando de estatura baixa, são “gordinhos”, entroncados.

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