“Congo, Rei Congo,
cadê o Congo velho, vamos trabalhar na linha de Congo” e assim iniciava a
canção...(1959),Tenda de Umbanda Fé, Esperança e Caridade, Arroio Grande,Rs.
Pretos-velhos são entidades de umbanda, espíritos que se apresentam em corpo fluídico de velhos
africanos que viveram nas senzalas, majoritariamente como escravos que morreram no tronco ou de velhice, (raros podemos dizer) que adoram contar as histórias do tempo do cativeiro. São divindades de antigos escravos africanos.
Sábios, ternos e pacientes, dão o amor, a fé
e a esperança aos "seus filhos".
O preto velho, na umbanda, está associado aos
ancestrais africanos.
São entidades que tiveram pela sua idade avançada,
o poder e o segredo de viver longamente através da sua sabedoria, apesar da
rudeza do cativeiro demonstram fé para suportar as amarguras da vida,
consequentemente são espíritos guias de elevada sabedoria.
Ajudam quem os procuram para amenizar suas dores,
ligados a vibração de Omolu, são mandingueiros poderosos, com seu olhar
prescrutador sentados em seus banquinhos, fumando seu cachimbo, benzendo com
seu ramo de arruda, rezando com seu terço e aspergindo sua água fluidificada,
demandam contra o baixo astral e suas baforadas são para limpeza e harmonização
das vibrações de seus médiuns e de consulentes.
Muitas vezes se utilizam de outros benzimentos,
como os utilizados pelo Pai José de Angola, que se utiliza de um preparado de
"guiné" (pedaços de caule em infusão com cachaça) que coloca nas mãos
dos consulentes e solicita que os mesmos passem na testa e nuca, enquanto fazem
os seus pedidos mentalmente; utiliza-se também de vinho moscatel, com o que
constantemente brinda com seus "filhos" em nome da vitória que está
por vir.
São os mestres da sabedoria e da humildade. Através
de suas várias experiências, em inúmeras vidas, entenderam que somente o amor
constrói e une a todos, que a matéria nos permite existir e vivenciar fatos e
sensações, mas que a mesma não existe por si só, nós é que a criamos para estas
experiências, e que a realidade é o espírito.
Com humildade, apesar de imensa sabedoria, nos
auxiliam nesta busca, com conselhos e vibrações de amor incondicional.
Acreditam numa fé cristã e cultuam o seu Deus
Menino, Jesus Cristo, que para eles é Oxalá.
Será que
para os descendentes destes ancestrais, valeu a Assinatura da Lei Áurea
(Abolição), no dia 13 de Maio? Fica a pergunta.
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