quinta-feira

Paises de Lingua Portuguesa assinam carta de compromisso!


Países de língua portuguesa assinam carta com compromissos para combater aids em mulheres

25.03.08

Os participantes da “I Reunião Ministerial de Políticas para as Mulheres e HIV/Aids: Construindo alianças entre Países de Língua Portuguesa para o Acesso Universal” aprovaram, nesta terça-feira (25/3), a Carta do Rio de Janeiro. O documento foi discutido e aperfeiçoado a partir das contribuições de representantes de governo, sociedade civil, mulheres que vivem com HIV/aids nesses países e agências da Organização das Nações Unidas. Os compromissos firmados levam em conta as necessidades e especificidades regionais, respeitando aspectos culturais e as vulnerabilidades desse segmento da população.

A partir do texto (leia abaixo), será proposta uma agenda de cooperação horizontal entre os países para fortalecer as respostas nacionais no enfrentamento da feminização da epidemia de HIV/aids. Todos os países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa estiveram representados no evento. A CPLP é formada por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.

Para o secretário-geral da CPLP, embaixador Luís Fonseca, a reunião ocorre no momento certo, já que, no próximo mês, será realizado, também no Rio, o II Congresso da CPLP sobre DST e HIV/Aids. Com isso, será possível apresentar as demandas relacionadas ao tema “mulheres e HIV”, ampliando estratégias e compromissos comuns dos governos. “Chama a atenção o aumento dos casos de aids em mulheres no mundo. Não podemos deixar o enfoque na feminização passar desapercebido”.

O diretor-executivo-adjunto do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS), Michel Sidibe, disse que a reunião é uma oportunidade se estabelecer uma agenda comum, em especial na luta contra as iniqüidades e desigualdades de gênero. “O hiato é grande, mas é possível alcançarmos os objetivos propostos se criarmos essa solidariedade entre países de língua portuguesa com oportunidades para todos, fundamentada no respeito mútuo no intercâmbio de experiências”.

Recursos – Na abertura do evento, na última segunda-feira (24), Michel Sidibe anunciou um acordo do UNAIDS com o Governo Brasileiro que prevê o repasse de US$ 1,5 milhão para o Centro Internacional de Cooperação Técnica em HIV/Aids (CICT). Os recursos serão utilizados nos próximos anos para que o CICT, sediado no Programa Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde (PN-DST/AIDS), promova a cooperação horizontal com os países em desenvolvimento, priorizando os membros da CPLP.

Na América Latina, existe o Grupo de Cooperação Técnica em HIV/Aids, que reúne representantes dos 19 programas de aids da região. Segundo a diretora do PN-DST/AIDS, Mariângela Simão, é importante criar um fórum semelhante no âmbito da CPLP para que os países possam trocar experiências e conhecimentos que auxiliem na melhoria de suas capacidades de resposta à epidemia.

Feminização

Durante o encontro, a ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SEPM), Nilcéa Freire, ressaltou a necessidade de ampliar canais de diálogo entre as mulheres e de promover o encontro delas para fortalecimento das redes e das agendas em que as mulheres sejam protagonistas da resposta à epidemia de aids.

Nos dois dias de atividades, foram apontados fatores que contribuem para a vulnerabilidade feminina à epidemia, como a desigualdade nas relações de poder entre homens e mulheres, o menor poder de negociação das mulheres quanto ao uso de preservativo e às decisões que envolvem a sua vida sexual e reprodutiva. A violência doméstica e sexual contra mulheres e meninas; a discriminação e o preconceito relacionados à raça e etnia; e a falta de percepção das mulheres sobre o risco de se infectar pelo HIV também são pontos de debate.

A realização do encontro foi uma parceria do PN-DST/AIDS, da SEPM, do UNAIDS, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (UNIFEM) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Fonte: Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde
Axé!

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