As Qualidades de Xangô
·
Afonjá - Afonjá, o Balé (governante)
da cidade de Ilorin. Afonjá era também Are-Ona-Kaka-n-fo, quer dizer líder do
exército do império. Segundo a história de Oió, no início do século dezenove,
Oió era governada pelo rei Aolé, ele possuía aliados que eram espécies de
Generais, que lhe davam todo o tipo de apoio mantendo assim o podes absoluto
sobre o Reino Iorubá e os reinos anexados. Mas um dia um desses generais
resolveu se rebelar contra Oió e se unir com os inimigos, esse general se
chamava Afonjá que era conhecido como Kakanfo de Ilorin. Declarou-se
independente de Oió. Com isso o Rei de Oió Aolé se envenenou para não ver o
desmembramento do Império. Afonjá traíu o Império Iorubá, mas quando os
rebeldes assumiram o poder Afonjá foi decaptado pelo seu novo aliado. Este
alegou que se um homem traíu seu antigo rei ele voltaria a trair tantos outros.
·
Obá Kosso - Título que Xangô
recebe ao fundar a cidade de Kossô nos arredores de Oió, tornando-se seu Rei.
Título dado também a Aganjú, irmão gêmeo de Xangô quando de sua chegada em Oió
foi aclamado como o Rei Não se Enforcou, Obá Kô Sô.
·
Obá Lubê - Título de Xangô que
faz referência a todo o seu poder e riqueza, pode ser traduzido como Senhor
Abastado.
·
Obá Irù ou Barù - Título dado a Xangô
logo após chegar ao apogeu do império, quando cria o culto de Egungun, é
aclamado como a forma humana do Deus primordial Jakutá sobre a terra,senhor dos
raios, tempestades, do Sol e do fogo em todas as suas formas. Ele acaba por
destruir a capital do Reino numa crise de cólera e depois arrependido, se
suicida , adentrando na terra.
·
Obá Ajakà - Também intitulado
Bayaniym," O pai me escolheu ", que faz referência a ele por ser o
filho mais velho de Oraniã, e ter por direito que assumir o trono, irmão mais
velho de Xangô.
·
Obá Aganjù - Aganju representa tudo que é explosivo, que
não tem controle, ele é a personificação dos Vulcões.
·
Obá Orungã - Filho de Aganju
Solá e Iemanjá, Orungan é dono da atmosfera é o ar que respiramos, dono da camada que protege a
Terra.
·
Obá Ogodô - Muito falado
também, é apenas o que se diz sobre Xangô, pois, Ogodô é o verbo bocejar.
Então, quando está trovejando, o que se diz é que Xangô está bocejando. Dai Xangô
Ogodô, é apenas um título de Xangô.
·
Jakutà ou Djakutà - Jakutá, é a representação
da justiça e da ira de Olorun, míticamente Xangô foi iniciado para este Orixá
sendo considerado como a forma divina primordial do mesmo. Ele foi enviado em
sua forma divina por Olorun para estabelecer a ordem e submeter Oduduá e Oxalá
aos planos da criação durante um momento de conflito entre as divindades. É o
próprio Xangô.
·
Obá Arainã - Oroinã e Oraniã - Personificação do fogo, o magma do centro da terra é o pai de Xangô e
de Aganjú em sua forma humana.
·
Olookê - Orixá dono das
montanha, em algumas lendas é um dos filho de Oraniã, foi casado com Yemanjá.
Elementos do culto
Saudação: Kawó-Kabiesilé Saudação é a forma com que os Orixas
são reverenciados;
·
Cores: Vermelho e Branco ou Vermelho e Marrom ou Marrom e Preto ou Marrom e Branco ou somente Marrom ou vermelho.As cores representam os Orixás, e podem variar segundo a linha
religiosa;
·
Dia da Semana: Quarta-Feira;
·
Elementos: Fogo, Vulcões, Tempestades, Sol, Trovões, Terremotos, Raios, criador do Culto de Egungun, senhor dos mortos,
desertos e formações rochosas;
·
Elemento Livro: os livros representam Xangô porque
este orixá está ligado as questões da razão, do conhecimento e do intelecto.
Bem como a Justiça e o Direito;
·
Oferendas: Amalá, cágado, carneiro, e algumas vezes cabrito. Gosta de Orobô, mas recusa Obi (noz de cola), ao contrário dos demais Orixás;
·
Dança: Alujá, a roda de Xangô.
São vários toques que falam de suas conquistas, seus feitos, suas mulheres e
seu poder e domínio como Orixá.
·
Animais associados a Xangô: Tartaruga, Falcão,
Águia, Carneiro e Leão.
·
EM CUBA - Changó
Changó (em português, Xangô) é uma das deidades da religião yorubá. Na Santeria sincretiza com Santo António.
Changó é um dos mais populares Orishas
do panteão Yoruba. É considerado Orisha dos trovões, dos raios, da justiça, da
virilidade, da dança e do fogo. Foi em seu tempo um rei tirano, guerreiro e
bruxo, quem por equívoco destruiu sua casa e a sua esposa e filhos e logo se
converteu em Orisha.
Orisha da justiça, da dança, da força
viril, dos trovões, dos raios e do fogo, dono dos tambores Batá, Wemileres, Ilú
Batá o Bembés, da festa e da música; representa a necessidade e a alegria de
viver, a intensidade da vida, a beleza masculina, a paixão, a inteligência e as
riquezas
O Orisha
Changó é chamado Yakutá (o lançador de
pedras) e Obakosso (rei de Kosso). Foi o quarto Rey de
Oyo e também o primeiro awó, trocou o ashe (axé) da adivinhação com Orunmila
pelo da dança, é dono também dos tambores Batá, Wemileres, Ilú Batá o Bembés.
Família
Foi esposo de Obbá, Oyá y Oshún. Foi filho de Obbatala e Aggayu Solá, mas em outros
caminhos se registra como de Obbatalá Ibaíbo e Yembóou de Obbatalá e Oddua, mas em todos os
caminhos considera-se criado por Yemaya e Dadá. Irmão do último, Oggun, Osun, Eleggua e Oshosi
Oferendas
As oferendas a Changó incluem amalá,
feito a base de farinha de milho, leite e quimbombó (quiabo), bananas verdes,
banana indio, otí (água ardente), vinho tinto, milho tostado, cevada, alpiste,
etc. Imola-se carneiros, galos, codornas, tartarugas, galinha de guiné, pombas.
Pataki (Itan) de Changó
Furioso com os seus descendentes ao
saber que Oggún havia querido ter relações com sua
própria mãe, Obatalá ordenou executar a todos os varões.
Quando nasceu Changó, Elegguá (seu irmão) levou-o escondido para sua
irmã mais velha, Dadá, para que o criasse. Em pouco tempo nasceu Orula, o outro irmão, Elegguá, também temeroso da ira de Obatalá, o enterrou
ao pé de uma árvore e lhe levava comida todos os dias. O tempo passou e um belo
día Obatalá caiu enfermo. Elegguá buscou rápido a Changó para que o curasse.
Logo que o grande médico Changó curou seu pai, Elegguá aproveitou a ocasião
para implorar de Obatalá o perdão de Orula. Obatalá cedeu e concedeu o perdão.
Changó cheio de alegria cortou a árvore e dela entalhou um belo tabuleiro e junto com ele, deu a seu irmão Orunmila o dom da adivinhação.
Desde então Orunmila diz: “Maferefum
(benção) Elegguá, maferefum Changó, Elegbara”. Também pela mesma razão a ékuele (moeda usada na Guiné Equatorial) de
Orunmila leva na soldadura um fragmento do colar de Changó (branco e vermelho) por uma ponta. Desde então Orunmila é o adivinhador do futuro como
interprete do oráculo de Ifá, dono do tabuleiro e
conselheiro dos homens.
·
Reginaldo Prandi - Mitologia dos Orixás. Companhia das Letras.
·
Gisele Cossard - Awô, O mistério dos Orixás. Editora Pallas.
·
VERGER, Pierre Fatumbi, Orixás, 6.ed., Corrupio,
2009.
Nenhum comentário:
Postar um comentário