“ Tupinambá, Tupinambá, chefe guerreiro,
Tupinambá, Tupinambá, vem para o terreiro...Tupinambá, Tupinambá, venceu
demanda”...assim começava a chamada do cacique Tupinambá.(1968,Tenda de Umbanda
Fé, Esperança e Caridade), Arroio Grande, RS.
É o nome de um povo brasileiro que até o
século XVI, habitava duas regiões da costa brasileira: a primeira ia desde a
margem direita do Rio São Francisco até o Recôncavo Baiano e a segunda abrangia o litoral sul do atual estado
do Rio de Janeiro e o litoral norte do atual estado de São Paulo.
Este segundo grupo também era chamado de tamoios.. Os tupinambás são considerados os antepassados de todas as tribos Tupís que habitavam o litoral
brasileiro no século XVI. Compunham-se de 100 000 indivíduos. Conforme relato
dos historiadores, era a nação indígena mais conhecida da costa brasileira
pelos navegadores europeus do século XVI.
COSTUMES
Apesar de terem raízes comuns, as diversas tribos
que compunham a nação tupinambá
lutavam constantemente entre si, movidas por um intenso desejo de vingança que
resultava sempre em guerras sangrentas em que os prisioneiros eram capturados
para serem devorados em rituais antropofágicos.
CONFEDERAÇÃO DOS
TAMOIOS
As tentativas de escravização dos índios para
servirem nos engenhos de cana-de-açúcar no núcleo vicentino levaram à união das tribos numa
confederação sob o comando de Cunhambebe chamada de "Confederação
dos Tamoios", englobando todas as aldeias tupinambás desde o Vale do Paraíba Paulista até o Cabo de São Tomé, com invejável poderio de guerra. É nesse ínterim
que o padre José da Nóbrega e Anchieta teriam sido levados por José Adorno de barco até Iperoig (atual Ubatuba,
SP), para tentar fazer
as pazes com os índios.
Segundo a tradição, Nóbrega voltou até São Vicente com Cunhambebe e o padre José de
Anchieta ficou cativo dos tupinambás
em Ubatuba. Nesse período, ele teria escrito o "Poema da Virgem".
Fatos lendários e fantásticos teriam ocorrido nesta época do cativeiro, como o
milagre de Anchieta: levitar entre os índios, que horrorizados, queriam que ele
dali se retirasse pois pensavam tratar-se de um feiticeiro.
Seja como for, os padres, com muita diplomacia,
conseguiram desmantelar a Confederação dos Tamoios, promovendo a Paz de Iperoig, o primeiro tratado de paz das Américas.
Conta-se que, depois de feitas as pazes, Nóbrega
advertiu os índios de que, se voltassem atrás na palavra empenhada, seriam
todos destruídos, profecia que, de fato, se concretizou. Quando os portugueses
atacaram os franceses do Rio de Janeiro,estes pediram ajuda aos índios, que
acudiram a seus aliados. Isto levou ao extermínio dos tupinambás que moravam em aldeias em torno da Baía da Guanabara, na
segunda metade do século XVI.
Os que conseguiram se salvar foram os que se
embrenharam nos matos com alguns franceses e os índios tupinambás de Ubatuba que, para não ajudarem os irmãos do Rio e não
correrem riscos, ou se embrenharam nos matos ou foram assimilados pelos colonos
em Ubatuba,gerando a atual população caiçara daquela região, assim
como a população cabocla do Vale da Paraíba.
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feiticeiro negro: umbanda e sociedade brasileira. São Paulo:
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africana mãe de santo em São Luís. Revista USP, São
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