segunda-feira

ABAYOMI


A Boneca  Abayomi, de origem yorubá, pode ser traduzida como “meu presente ou aquela que traz minhas qualidades”.
Estas bonecas sempre negras, inspiradas em personagens do cotidiano, circos, contos míticos dos Orixás, buscam o fortalecimento da autoestima e do reconhecimento da identidade afro-brasileira.
São feitas de sobras de panos, ou linhas de pescar, são amarradas, enroladas sem costura e com o uso mínimo de ferramentas, resgatando o fazer artesanal da forma mais singular, enquanto a tecemos, podemos refletir questões sobre o racismo, sexismo ou violência de gênero.
Não se utiliza cola e nem costura e os retalhos são amarrados em nós.
De formas, estilos e tamanhos variados (2 cm à 1,5m) representam figuras mitológicas, do cotidiano, personagens das nossas manifestações culturais.
Contam as nossas mais velhas, que nossas bisavós, avós e mães, retiravam pedaços ou tiras de pano de suas saias, blusas e torsos, para enrolar a Abayomi.
Quem sabe para acalentar os sonhos, das meninas que nasciam e cresciam sem liberdade e sem pão, na construção de uma nova identidade.
A primeira artesã a resgatar  a Boneca Abayomi, foi Lena Martins, artesã de São Luiz do Maranhão e do Movimento de Mulheres Negras.
" Somos a Memória que não se Cala!"

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