sexta-feira

Meninas, onde está o Emí?






Meninas, gurias, guris e queridas mulheres que frequentam este espaço, este espaço que sempre se pautou pela livre expressão, pelo interesse dos vivenciadores dos rituais de Matriz Africana, que sempre respeitou e vai continuar respeitando o direito de "Fala", fala sim, que é a língua, que é a pátria de expatriados, dos sem casa, dos sem teto, cada uma e cada um tem o seu universo, o seu caráter!


Nós temos que recuperar o direito da oralidade, alguns acham que a oralidade é menor, que os povos que a vida inteira contam e recontam suas estórias e nãos as escrevem com a maior frequência, não são legítimos, de onde tiraram isso? eu respondo - da dominação, do colonizador, do opressor! É verdade, estou azeda!


Azeda, de azedume, de contrariedade, de indignação por algumas "cositas" que circulam, por aí! Por exemplo, quem é afinal que não aprovou o "Kit Homofobia"? Aliás alguém sabe prá que serve o bendito Kit?


Algumas de voces, educadoras,foram convidadas prá palpitar? Quem na área de educação ainda não foi brindada , com a desconfiança, com a indiferença, com o estranhamento, com as línguas ferinas, que siquer enfrentam o teu olhar firme e decidido de fazer e ensinar a diferença e o respeito? Mas isso não é só na questão da livre orientação sexual, é também na recuperação do que foi perdido, ninguém recupera aquilo que nunca teve, deu prá compreender?


Ou voces acham que foi fácil enfrentar o dia seguinte, gente, estou falando de 14 de maio de 1888! Ou alguém achou que a gente se emancipou na Lei que nos colocou sem lenço e sem documento, sem sapatos, no olho da rua?


Românticos,dirão alguns, pois é, eu digo, foram sádicos!


Pois é, temos que continuar dessesperadamente, como diz o professor Sidnei: " a recuperar a nossa identidade, a recuperar o nosso orgulho de afros-brasileiros, axé!, porque só as coisas de preto é dificil? porque tem que existir apenas o mal e o bem? porque nos colocamos dentro das caixinhas e nos esquecemos dos valores civilizatórios, que aqui no Brasil se perderam na memória?".

Ora, vejam bem, esquecemos porque nos "apagaram", não nos permitiram conviver com a realidade, do respeito, da gratidão, da circularidade!


Neste País, a nossas Áfricas, pulsam diferentes, é real!


Pois então, pare e pense, quem tem razão, ou será que a razão é suficiente prá explicar a dominação, o preconceito, o dinheiro público colocado na lata de lixo, depois de ter sido gasto e sem ter sido aprovado, como é isso?


Estou falando também do Programa da Saúde da População Negra, aqui no nosso municipio tem?

Aqui, a gente sabe quantos e quantas tem Anemia Falciforme, aqui a gente sabe quantos bebês fizeram o "teste do pézinho" e aqui a gente tem informações de quantas mães se foram prá o Ló, por falta de atendimento necessários na hora do parto, a gente sabe, tú sabes? Eu confesso, não sei.
Recuperemos então, a nossa indignação e vamos atrás dos dados, aliás, prá alguns, somos apenas estatísticas e frios números de mortes, será que alguém ainda se importa? Esta é uma pergunta que não quer calar!

Mas um informe eu darei com toda nitídez, eu vi o novo Conselho Municipal de Saúde de Alvorada, tomar posse, eu ví!



" Liberdade é meu Axé de Fala!"












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