
É, pois é, final de ano, mês de dezembro, festas, comemorações, ausências e muita saudade...
Sei, pessoas, sei que o final de ano, para algumas de nós ou quem sabe para a maioria de quem partilha deste espaço, é pesado, ou muitas vêzes, um vazio, um oco, um chumbo, uma ferida não cicatrizada, hora de balanço, de prestação de contas, gente, vamos combinar umas coisinhas?
Antes de mais nada, vamos adotar para nós o perdão?
Sim, p-e-r-d-ã-o, essa palavra fantástica, que a gente não exercita, vamos lá, repetindo, perdão, perdão! Agora, levanta os braços, olha prá um lado, pro outro e respira, profundamente, inspira, perceba seu pulmão, sua laringe vai ficar seca, não se assuste, faz parte, deixe o ar de Yansã entrar, isso, isso, assim!
E agora, melhorou? Hum, não quer me dar arrego, mas é isso, é pimenta na garganta, é um arzinho tomando conta e a gente voltando e criando coragem, vamos lá, agora comece a pensar em quantas coisas boas aconteceram, vamos lá, não tenha vergonha, inicie pelo que vem à cabeça mais prontamente,respire e depois, pare e busque no fundo da memória, cada instante, cada segundo que se permitiu ser feliz, que riu, brincou, comeu bem, dormiu bem, beijou muito, deu sua mão prá um Erê, estendeu um pedaço de pão prá aquele "sujinho" que passa todos os dias na sua rua, lembrou, viu?
Esse exercício faz um bem, recoloca a força do Ory no centro da nossa vontade. A gente começa a limpar o registro pesado da dor e da ausencia em seu lugar. Relembrem coisas positivas, relembrem de todos os instantes intensos com o seu Orixá, com seus parentes e irmãos de barco, as festas que participou e que dançou para êle, as ofertas e a saúde que foi sua companheira todos os dias, e mesmo que as despedidas tenha frequentado o seu espaço familiar, deixando um vazio, é humana a nossa zanga, mas o tempo, é nosso aliado, essa mágoa vai passar!
Então, minhas amigas e queridas companheiras, a vida nos chama, nos cobra, nos ilumina, e hoje quarta-feira, é dia da saúde, do mistério, da magia, dia do amor, viva Yansã, Xapanã e Xangô!
Axé, Saravá!
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