sábado

Mamografia, o exame !


Mamografia
A notícia é boa
: os avanços no diagnóstico e tratamento do câncer de mama elevaram as chances de cura para 96% quando descoberto no início.


Problema: no Brasil, a mortalidade continua alta porque em 60% dos casos o tumor é detectado em estágio avançado, quando os índices de sobrevivência não ultrapassam 30%.

O principal método de diagnóstico precoce é a mamografia, radiografia das mamas. Calcula-se, porém, que metade das brasileiras entre 50 e 69 anos, faixa de maior risco para a doença, jamais realizou esse exame.

“Se a mulher conhecesse seu corpo e fizesse check-ups periódicos, a realidade brasileira poderia ser outra”, afirmou a CLAUDIA a bióloga americana Kendra Woods, diretora de programas externos do M.D. Anderson Cancer Center da Universidade do Texas, um dos mais respeitados centros de tratamento e pesquisa do câncer do mundo.

A dra. Woods esteve no Brasil em novembro para formalizar, com representantes da Susan G. Komen, renomada ONG americana que reúne sobreviventes do câncer, a Parceria das Américas para a Conscientização e Pesquisa sobre o Câncer de Mama, que envolve também centros no México e na Costa Rica e conta com o apoio da primeira-dama dos Estados Unidos, Laura Bush.


Os parceiros locais são o Hospital Israelita Albert Einstein e o Hospital do Câncer A.C. Camargo, ambos em São Paulo. “O objetivo é aumentar a detecção precoce e reduzir a mortalidade mediante maior conscientização, mais recursos clínicos e pesquisas”, informa Woods, familiarizada com o tema não apenas por razões profissionais.

Sua avó, sua mãe e várias tias tiveram câncer de mama. Ciente do valor do diagnóstico precoce, a bióloga faz mamografias periódicas e já se submeteu a mais de uma biópsia com agulhas. “Os resultados foram benignos”, conta.

"Diria que benigno é a terceira palavra mais importante do mundo, depois de paz e amor”, destaca. “Em função do lugar que ocupam na família, as mulheres cuidam de todos, menos delas próprias. Pensam: se estou saudável, para que perder tempo com isso? É necessário mudar essa mentalidade. Temos que alertá-las para o câncer de mama desde a puberdade. Nós, mulheres, precisamos ter orgulho de cuidar do nosso corpo.”

VIDAS POUPADAS

A mamografia é a principal aliada contra o câncer de mama. Graças a ela, a mortalidade por esse tipo de tumor caiu 44%, segundo um grande estudo sueco, coordenado pelo médico Laszlo Tabar, do Hospital Falun Central, que comparou 210 mil mulheres com diagnóstico desse tumor 20 anos antes e depois de 1978, quando a radiografia das mamas foi introduzida naquele país.

O exame revela microcalcificações (pequenos depósitos de sais de cálcio) não palpáveis, que às vezes já podem ser malignas, explica a radiologista Selma de Pace Bauab, de São José do Rio Preto, no interior paulista, da Comissão Nacional de Qua lificação em Mamografia e da Sociedade Brasileira de Mastologia.

A qualidade das imagens captadas por raios X, que já vinha evoluindo com a utilização de filmes mais sensíveis, ficou ainda melhor com os equipamentos digitais. Um trabalho com mais de 40 mil pacientes nos Estados Unidos e no Canadá observou melhora na detecção do câncer em mulheres abaixo dos 50 anos e com mamas densas.

Para breve são esperadas novidades, como o uso de contraste para deixar o tumor mais visível e de mamógrafos digitais capazes de reconstruir a imagem das mamas em três dimensões (a técnica é denominada tomossíntese).

Conheça os exames

A mamografia é o método padrão de rastreamento do câncer de mama. Mas o acesso ao exame ainda é limitado no país.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, hoje existem apenas 1,7 mil mamógrafos na rede pública, a maioria nas regiões Sul e Sudeste.


A ultra-sonografia e a ressonância magnética servem de complemento e ajudam a planejar os tratamentos.Mamografia analógica O seio é com primido e são tiradas duas chapas: na posição frontal e na lateral. A imagem é gravada em um filme e analisada por um radiologista.

PRÓS Revela indícios muito iniciais de câncer, sendo bastante eficiente após os 40 anos, quando as mamas são mais gordurosas.

CONTRAS Há risco de falso negativo. Em mamas densas, o tumor nem sempre é visualizado porque às vezes tem a mesma densidade do tecido glandular.

Mamografia digital Também usa raios X para coletar as imagens, mas, em vez de serem impressas em filme, elas ficam armazenadas no computador e são vistas na tela.

PRÓS A visibilidade das lesões é maior, o que reduz a necessidade de biópsias. Se as imagens perderem a resolução, é possível invertêlas e ampliá-las. Os arquivos podem ser enviados pela internet para avaliações por médicos de locais distantes.

CONTRAS De alto custo, o equipamento não está disponível em todos os serviços de saúde.Ressonância magnéticaUtiliza campos magnéticos para captar imagens tridimensionais dos seios enquanto a paciente fica deitada dentro de um equipamento que parece um túnel.

As imagens são vistas simultaneamente na tela de um computador. Desde 2007, é recomendada sua realização anualmente, em associação com a mamografia, para mulheres com alto risco de câncer.

Fazem parte desse grupo, aquelas que apresentam mutações genéticas, têm parente em primeiro grau com mutação, foram submetidas a radioterapia do tórax entre 10 e 30 anos, entre outros fatores a serem avaliados pelo médico.

PRÓS Revelou-se eficaz em mulheres com mamas densas ou com próteses de silicone. Ajuda no esclarecimento de casos duvidosos e na obtenção de detalhes antes da cirurgia.

CONTRAS O exame é caro e pode dar falso positivo: revela alterações mínimas, o que pode levar à indicação desnecessária de biópsias.

Ultra-sonografia

Ondas sonoras de alta freqüência são emitidas por um aparelho, o transdutor, que desliza sobre os seios. Ao encontrar os tecidos internos, essas ondas produzem ecos, que são convertidos em imagens.

PRÓS Permite diferenciar nódulos líquidos e sólidos (os últimos podem ser malignos). Identifica tumores não vistos na mamografia. Favorece o estudo de mamas densas.

CONTRAS Nem sempre detecta microcalcificações precursoras de câncer.

Quando fazer?

Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, a mamografia anual deve ser feita a partir dos 40 anos. Quem está no grupo de alto risco precisa começar dez anos antes da idade em que o tumor se manifestou na parente próxima.

As jovens são orientadas a fazer o auto-exame mensal e o exame clínico anual com o ginecologista. A oncologista Silvana M.T.M. Gotardo, da Oncoclin, em São Paulo, lembra que a mamografia é recomendada em qualquer idade diante de sintomas como:

APARECIMENTO DE CAROÇO ou área endurecida no seio ou na axila.

PRESENÇA DE SECREÇÃO NO MAMILO, principalmente se for em apenas um dos lados e com sangue.

MUDANÇAS NO TAMANHO ou formato dos seios sem mudança de peso.

ALTERAÇÕES DE PELE (vermelhidão, inchaço, feridas) nos seios ou mamilos.

DOR OU RIGIDEZ não associada a oscilações hormonais.Onde fazerPara ter certeza de que o resultado é confiável, procure locais aprovados pela Comissão Nacional de Qualificação em Mamografia, que avalia os serviços e fornece um selo que é colado no laudo. Para isso, leva em conta a qualidade do equipamento, as doses de radiação e o treinamento dos profissionais. A lista dos locais certificados está disponível no site do Colégio Brasileiro de Radiologia.
Mulheres, cuidem-se ! Seu corpo é morado do seu Orixá !
Axé !

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