terça-feira

A África é Diversa!







* Henrique Cunha Júnior



Muitas vezes, precedendo uma exposição sobre a História Africana utiliza-se o recurso de apresentar cartões postais sobre Abdjan, Dakar, Cidade do Cabo, Lagos e outras capitais africanas informalmente.
Quanto a questão se são cidades africanas as expressões incrédulas não escondem um pequeno espanto. Alguns retomam as fotos.

A terceira surpresa ocorre quando da apresentação de uma gravura do Rei Monomotapa de 1531. Rei e Rainhas são do universo do imaginário sobre a Europa e não abrange a África. Faces da admiração abre ensejo para discussão sobre os conceitos e preconceitos em relação às civilizações africanas.

A existência de um rei implica uma organização social, um território, uma nação e, através da discussão destes desdobramentos facilita uma desconstrução dos estereótipos da África Selvagem.
As florestas africanas perfazem apenas 1/8 do território continental. São necessárias a introdução de informações geográficas para terem a idéia da possibilidade de existência de vida organizada, cidades com infra-estruturas urbanas desenvolvidas no passado africano.

A percepção errônea de que a África tem apenas paisagens de florestas tropicais leva a imaginar o africano sempre vivendo em choupanas na floresta. Não sobra lugar para cidades imensas ou para plantações, atividades econômicas, agrícolas e pecuárias.

Uma vez que a imagem africana é construída também pelo cinema, é preciso avisar aos incautos que muito dos filmes do gênero Tarzan são rodados nos Estados Unidos em cenários da Flórida.

Em contribuição a imagens construídas de impossibilidades civilizatórias africanas, estas estão sempre ao lado das florestas tropicais e do deserto, também tido como estéril e inabitável. Além disto, o deserto é marcado como divisor de duas hipotéticas Áfricas, uma negra e a outra, por oposição, seria branca.

Aqui o exercício de quebra de pressupostos errôneos é um pouco mais difícil. Como recurso didático podemos utilizar as rotas de caravanas comerciais que a séculos fazem percurso através das regiões do Saara.

Estas caravanas demonstram a possibilidade de vida cotidiana na região do deserto e da instalação e desenvolvimento de estados nacionais. Outra informação útil é de que o deserto vem progressivamente aumentando, ano a ano, e de que áreas desérticas no presente não o eram no passado.

Mapas antigos onde apresentam o Lago do Chade em proporções muito maiores no passado ajudam o raciocínio ou então às explorações arqueológicas onde cidades são desenterradas de onde hoje existe apenas areia.
A mesmo exercício também pode ser realizado com fotos de vestuários e de mercados africanos, onde aparece uma diversidade de trajes femininos e masculinos.

A terceira surpresa ocorre quando da apresentação de uma gravura do Rei Monomotapa de 1531.

Rei e Rainhas são do universo do imaginário sobre a Europa e não abrange a África. Faces da admiração abre ensejo para discussão sobre os conceitos e preconceitos em relação às civilizações africanas.

A existência de um rei implica uma organização social, um território, uma nação e, através da discussão destes desdobramentos facilita uma desconstrução dos estereótipos da África Selvagem.

As florestas africanas perfazem apenas 1/8 do território continental. São necessárias a introdução de informações geográficas para terem a idéia da possibilidade de existência de vida organizada, cidades com infra-estruturas urbanas desenvolvidas no passado africano.

A percepção errônea de que a África tem apenas paisagens de florestas tropicais leva a imaginar o africano sempre vivendo em choupanas na floresta.

Não sobra lugar para cidades imensas ou para plantações, atividades econômicas, agrícolas e pecuárias.

Uma vez que a imagem africana é construída também pelo cinema, é preciso avisar aos incautos que muito dos filmes do gênero Tarzan são rodados nos Estados Unidos em cenários da Flórida.

Em contribuição a imagens construídas de impossibilidades civilizatórias africanas, estas estão sempre ao lado das florestas tropicais e do deserto, também tido como estéril e inabitável.

Além disto, o deserto é marcado como divisor de duas hipotéticas Áfricas, uma negra e a outra, por oposição, seria branca.

Aqui o exercício de quebra de pressupostos errôneos é um pouco mais difícil. Como recurso didático podemos utilizar as rotas de caravanas comerciais que a séculos fazem percurso através das regiões do Saara.

Estas caravanas demonstram a possibilidade de vida cotidiana na região do deserto e da instalação e desenvolvimento de estados nacionais. Outra informação útil é de que o deserto vem progressivamente aumentando, ano a ano, e de que áreas desérticas no presente não o eram no passado.

Mapas antigos onde apresentam o Lago do Chade em proporções muito maiores no passado ajudam o raciocínio ou então às explorações arqueológicas onde cidades são desenterradas de onde hoje existe apenas areia.
O recurso às caravanas e aos sítios arqueológicos levam à demonstração de uma integração dos espaços econômicos no deserto do Saara e nas suas periferias justificando uma comunidade histórica comum, o que elimina a possibilidade do artifício de duas Áfricas.

Mesmo a diversidade da população não é suficiente para pensarmos em duas Áfricas, uma no Norte e outra no Sul do Saara. Porque não se pensa em Ásias uma vez que existe diferença de população entre a Índia e a China?

Porque não se pensa também em duas Europas dadas as diversidades populacionais.

O que marca a territorialidade é sobretudo a integração histórica. Portanto, utilizando o mesmo método existe apenas uma África, com diversas populações e diversas culturas.

Outras imagens surpresas são das populações do Quênia ou do Zimbabue utilizando roupas de lã.

A idéia de floresta tropical elimina a da diversidade climática criada pela topografia e pela latitude. Transmite errônea impressão que não existem regiões com neve nas montanhas africanas. Que os climas do continente não sofrem alternativas de climas quentes, temperados e frios, variando com as estações do ano e as regiões.

* Fonte: Henrique Cunha Júnior, professor de História na Universidade Federal do Ceará e militante desde a década de 70 do Movimento Negro.

Recado: Estamos fazendo a nossa parte, publicando estas informações para explicar em parte as nossas orígens como povo afrobrasileiro e afrodescendente, esperamos que os nossos amigos continuem pesquisando e partilhando a alegria de saber do passado, para podermos construir o nosso presente!

" Liberdade é nosso Axé de Fala!"

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